CURIOSIDADES QUÍMICAS
Olá pessoal, a partir de hoje vou postar algumas curiosidades referentes à nossa APAIXONANTE QUÍMICA, essas curiosidades estão na Revista Super Interessante de outubro de 2002, se você se interessar pela reportagem completa pode acessar o link: http://super.abril.com.br/ciencia/armas-quimicas-biologicas-ciencia-servico-mal-439032.shtml
Vamos lá, aproveitem para aumentar os seus conhecimentos e se divertir um pouco também.
Tudo
é composto por substâncias químicas. O ser humano, por exemplo, é um amontoado
de carbono, oxigênio, hidrogênio e outros 18 elementos. Assim como nós, todos
os objetos são feitos de átomos que interagem entre si e formam uma infinidade
de substâncias com propriedades diferentes. “É impossível ignorar a química
porque ela está presente em todas as nossas atividades, das comidas que fazemos
até o banho que tomamos”, afirma o químico Joe Schwarcz, da Universidade
McGill, Canadá. Manipulando os diferentes elementos, o homem consegue – muitas
vezes por acaso – formular remédios, melhorar alimentos e descobrir como a
natureza funciona. Também faz coisas fantásticas como transformar pessoas em
zumbis ou urina em palitos de fósforo. Nas páginas a seguir, você verá do que a
química é capaz e alguns dos capítulos mais curiosos, engraçados ou úteis que
essa ciência nos trouxe.
Curiosidade 1:
A ciência vai ao banheiro
Em
1669, o alquimista alemão Hennig Brandt começou a destilar urina humana. Ele
tinha esperança de que o líquido fosse um remédio capaz de curar todas as
enfermidades e que, por ser amarelo, pudesse conter ouro. Ferveu a urina e a
deixou condensar, mas é claro que não encontrou nenhum metal precioso.
Conseguiu apenas uma pasta branca que, quando esquentada, entrava em combustão.
Brandt havia descoberto o elemento fósforo.
A
urina é uma combinação de vários detritos do corpo. Entre eles estão
substâncias orgânicas e fosfatos – compostos que pegam fogo facilmente quando
em contato com carbono. Ao aquecer, as substâncias orgânicas se transformaram
em carvão – que nada mais é do que carbono – e fizeram a mistura pegar fogo.
Brandt percebeu que a descoberta era importante, mas ainda foi
preciso muitas outras pesquisas antes que ela pudesse ter alguma função
prática. Os palitos atuais, por exemplo, são feitos de uma massa com clorato de
potássio, que reage com o fósforo presente na lixa da caixa e inicia o fogo.
A
experiência de Brandt não foi, no entanto, a primeira a utilizar urina.
Essa
substância é há milênios misturada a tintas para que elas consigam “pegar”
melhor em tecidos e tornar as cores mais vivas. Algumas mulheres no Império
Romano, por exemplo, pintavam o cabelo de amarelo com um extrato de folhas de
verbasco misturado com urina. Essa propriedade começou a intrigar os cientistas
no século XIX, quando foi preciso criar substâncias sintéticas que tivessem o
mesmo efeito (afinal, não era fácil transportar centenas de barris de urina até
as tinturarias). As pesquisas cumpriram seu objetivo e ainda trouxeram outros
benefícios. Em uma das experiências, o químico alemão Adolph von Baeyer
transformou o ácido úrico – um dos componentes da urina – em um novo composto,
que ele chamou de ácido barbitúrico. A descoberta de Baeyer deu origem a uma série
de derivados, os barbitúricos, que fizeram sucesso durante muito tempo como
remédio para insônia e até hoje são usados como anestésicos em cirurgias.
A
urina foi responsável por uma revolução ainda maior na química. Até o século
XIX, acreditava-se que todos os materiais se dividiam em duas categorias: os
inorgânicos, como rochas e metais, e os orgânicos, que eram produzidas por
seres vivos e, segundo a crença da época, possuíam forças vitais que os
tornavam impossíveis de serem copiados. Essa idéia caiu por terra em 1828,
quando o químico alemão Friedrich Wohler misturou duas substâncias inorgânicas:
cianato de prata e cloreto de amônio. A experiência resultou em cristais de
uréia, um dos principais componentes da urina e que, por ser produzida por
animais, era considerada uma substância orgânica. Wohler conseguiu assim
mostrar que não existem diferenças entre substâncias sintéticas e naturais. A
teoria da “força vital” estava derrubada, o que abriu a porta para a síntese de
outras substâncias orgânicas, como vitaminas e fertilizantes. Lembre-se disso
na próxima vez que for ao banheiro.
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